terça-feira, 15 de novembro de 2016

Amélia Rodrigues e São Bento




Praça de São Bento


Com o transporte de gado do interior para a capital, os tropeiros acabavam construindo uma rota (estrada) fixa e como os bois são animais mais lentos que os cavalos, por exemplo. Os tropeiros precisavam fazer várias paradas durante a viagem esses pontos de descanso, normalmente um local com recursos hídricos que serviam para recarregar as energias, comer, conversar e descontrair. Seguindo nessa linha, esses pontos regulares de descanso aos poucos eram transformados em locais de encontro para diversão, logo surgiam pequenas casas, vilas até formação de uma cidade. Muito provavelmente São Bento do Inhatá surgiu, bem com muitos distritos a partir das paradas dos tropeiros. Podemos perceber que anteriormente era chamado de arraial da Lapa.

Praça de Amélia Rodrigues

O município de Amélia Rodrigues, nome este dado em homenagem a poetisa e professora, foi criando em 1961, um dos desmembramentos de Santo Amaro. Entretanto muito antes de possuir esse nome o município passou por diversos  acontecimentos interessantes que levaram a isso. São Bento também passou por mudanças de nome ao longo de sua trajetória. 

O governador da época Dom Diogo Meneses distribuiu as terras em que se localiza São Bento para os irmãos portugueses Luís Vaz de Paiva e Manoel Nunes de Paiva ganhando então uma das sesmaria, um terreno que pertencia a Coroa e tinha como objetivo o desenvolvimento das atividades agrícolas. Algum tempo depois Manoel de Paiva cedeu suas terras ao Mosteiro de São Bento da Cidade do Salvador. Em 1944 o arraial da Lapa mudou de nome para Traripe referente a um rio que passa pelo local, Traripe é um nome que até hoje minha avó e outros moradores ainda associam a Amélia Rodrigues.

Antiga usina de São Bento do Inhatá

São Bento do Inhatá foi o primeiro ponto povoado da região lá foi construído o engenho com o mesmo nome. Nessa época toda essa região fazia parte de Santo Amaro e a usina de São Bento fazia parte da legião de engenhos desencadeados pelo solo de “massapé” que é muito fértil e propício para a produção da cana de açúcar.

O nome São Bento do Inhatá foi ao que parece, colocado pelo fato das sesmarias terem sido doadas a um Mosteiro com esse nome tornando-se São Bento padroeiro do local e Inhatá que é uma palavra indígena para um tipo de palmeira que era muito presente na vila. O significado do nome é caminhos da água corrente. Podemos então relacionar isso ao rio Traripe que cortava o arraial da Lapa. 

3 comentários:

  1. Adorei tanto os textos, os temas das postagens que continuarei acompanhando o blog.

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  2. Muito bom o blog!Gostei muito de conhecer a história de São Bento e de sua Vó.

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  3. Que interessante!
    Não sabia que a história de São Bento do Inhatá estava, de alguma forma, ligada ao Mosteiro de São Bento.


    Além disso, o surgimento das vilas acontecia de um jeito realmente fascinante.
    O necessitar dos recursos do local, seja para pasto seja para a recuperação de uma viagem extensa, demonstra que nenhum povoado surgiu do nada, mas sim pela necessidade do próprio homem em buscar meios de sobrevivência.

    A região de Santo Amaro que tanto necessitava das grandes usinas, atualmente, passa por diversas transformações para se readaptar a uma nova realidade após tantos anos de fechamento das usinas.

    Ótimo texto!
    Pode postar mais!
    ^^

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